Gerenciar uma entidade esportiva, sem fins lucrativos, não é tarefa fácil, pois os recursos são sempre escassos para os inúmeros projetos que devem ser realizados.
As fontes de recursos disponíveis para projetos esportivos são diversas, entretanto, a maioria delas parece estar fora do alcance das entidades, como a captação de patrocinadores, por exemplo.
O erro mais comum acontece quando a entidade esportiva depende de uma única fonte de recursos, como, por exemplo, o SEITEC – Sistema Estadual de Incentivo ao Turismo, Esporte e Cultura de Santa Catarina. E, quando se trata de apoio financeiro para o calendário anual de eventos, a situação fica ainda pior, pois a aprovação dos recursos depende de uma tramitação longa, que pode durar quase o ano todo, comprometendo de forma significativa a realização dos eventos.
O primeiro passo para diversificar as fontes de recursos e sair de vez das dificuldades financeiras é entender um pouco melhor a gestão da entidade esportiva sem fins lucrativos.
Muitos pensam que a diferença entre uma entidade sem fins lucrativos e uma empresa é que uma pode lucrar e a outra não. Ledo engano. O que difere as duas pessoas jurídicas é que uma foi criada a partir de interesses comuns e/ou públicos (entidade sem fins) e a outra foi criada a partir de interesses próprios (empresas). Ambas podem – e devem lucrar. A entidade sem fins leva a vantagem de poder captar recursos públicos e, em desvantagem, não pode distribuir os lucros auferidos entre seus membros.
A partir deste pensamento, é possível exercitar o planejamento, quando a entidade esportiva entende sua razão de ser (o que faz, pra quem faz, onde faz, como faz), define seus produtos e serviços (o que oferece à comunidade e ao seu público de interesse), identifica e reconhece sua rede de relacionamentos (políticos, sociais, clientes, fornecedores, parceiros, outros), estabelece objetivos e metas e constrói estratégias para alcançar resultados.
Assim como as empresas privadas, a entidade sem fins lucrativos precisará de bons profissionais, planejamento, organização, rotinas e procedimentos e estratégia para alcançar o lucro. Caso não tenha dinheiro para investimentos iniciais, poderá buscar o que precisa através de projetos e ações promocionais que possam gerar receitas.
A entidade esportiva deve entender que sua finalidade não é o lucro, mas que o lucro pode ser o meio mais eficaz de atingir seu fim.
Publicado no jornal O ESPORTIVO, de outubro de 2011.